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quarta-feira, 12 de maio de 2010

O BORDEL

2 comentários:

  1. Gostei muito deste trabalho poético que reúne em si uma "con-fusão" muito interessante entre escrita, espaço, som e tempo. As disposição das palavras na página e o diálogo delas com o branco da página e deste com as palavras geram uma fazer poético não só de versos mas de inversos, onde se tem a sensação de que os espaços em branco também promovem um diálogo poético, só que ao contrário, inverso. Ora percebe-se o verso-escrita em relação à pagina-espaço, ora a página-espaço em relação ao verso-escrita.
    Ao mesmo tempo, somos transportados para um espaço/bordel e percebemos que a confusão na disposição das palavras é apenas aparente, e existe somente para um olhar aristotélico, que não vai além do verso, que não procura o profundo; na verdade as palavras são pessoas, são signos, são objetos dispostos aleatoriamente no espaço cujo conjunto forma um bordel em pleno funcionamento. Nota-se então a música que esteve presente desde o primeiro instante que o olho atinge o poema e este adentra o olho; desde o instante que o espaço-bordel foi aberto pelo fazer poético; música esta emitida e repetida pelas palavras que além de palavras são sons que além de sons são músicos.
    Já o aspecto temporal pode ser compreendido percebendo os vazios onde não há o escrito como também nos vãos entre as palavras, no meio de no meio, por exemplo. Estes vazios entre uma palavra e outra revelam o tempo da música, o compasso em que é executada, o ritmo dos corpos, enfim o movimento que rege este poema-corpo-bordel.
    Neste instante percebemos o poema como um todo onde escrita, espaço, som e tempo pulsam perante nossos olhos que talvez nunca tenham entrado num bordel.
    A língua portuguesa precisa ser constantemente reinventada e para isso é necessário também que a poesia, como o poeta, saia dos espaços burocráticos-burgueses e movimente seus quadris, ganhando as ruas, o inferno e, quem sabe, o céu e, claro, por que não - no caminho - "O Bordel"!

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  2. Espero sua visita no meu bordel:

    www.balapreta.blogspot.com

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