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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Mataram minha vizinha!

Mataram minha vizinha!

Talvez um grito, mais de pavor
do que de dor,
um tombo sobre a mesa...
E o dia continuou quieto
e brando como um sábado qualquer.

Mas o silêncio excede, perturba.
Vem a noite e com ela o susto:
- Mataram a mamãe!
E a notícia se espalha
juntamente com a dor tamanha.

Ninguém mais dorme na rua.
Os olhos se abrem arregalados.
Portas e janelas se fecham a cadeados.
Ninguém mais tem sossego.
- Há muita maldade neste mundo!

Agora, a casa fechada
conta a história de uma mulher
cuidadosa, caridosa, sistemática
que foi barbaramente assassinada
a golpes de chave de fenda.

Dizem que foi a droga,
que levaram trinta reais.
O rapaz da rua de baixo
levou muito mais com seu ato:
Levou a paz e a alegria de todos!


2 comentários:

  1. .

    Estamos mesmo num mato sem cachorro. Meus pesares, confrade.
    Abraços.

    .

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  2. E nós chegamos na segunda-feira à tarde e presenciamos toda esta tristeza que o grande poeta, com suas belas palavras, nos alerta.

    Um grande abraço Braga!!

    Lembremo-nos de Vinícius de Moraes:

    Poética I

    De manhã escureço
    De dia tardo
    De tarde anoiteço
    De noite ardo.

    A oeste a morte
    Contra quem vivo
    Do sul cativo
    O este é meu norte.

    Outros que contem
    Passo por passo:
    Eu morro ontem

    Nasço amanhã
    Ando onde há espaço:
    – Meu tempo é quando.

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