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domingo, 28 de fevereiro de 2010

TESSITURA

Em silêncio
Ouço teu canto de amor.
Preso à tua teia,
Teimo buscar o vôo livre,
Enquanto aguardas
O momento para o salto
Mortal.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

HABITANTE

Seu silêncio,
Com seus segredos,
Me pede por inteiro.
Então,
Com meus segredos,
Em silêncio,
Junto minhas partes.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Sonhos Revelados

"Sonhos Revelados" é um envolvimento.
É um diálogo.
É uma conversa entre uma obra poética e outra.
É a poesia inspirando poesia.
Não é um relado e experiência entre autores.
Aos cinquenta e quetro poemas de Ludmila Muxagata, do livro "Te Sei",
José Antonio Braga Barros publica cinquenta e quatro
poemas nos seus "Sonhos Revelados",
onde revela seu lado sensual, erótico,apaixonado e lascivo
de sua personalidade poética.
Ilustrado pelo próprio poeta, professor e jornalista,
aqui estão os "Sonhos Revelados" de J.A. Braga Barros


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

SONHOS REVELADOS I


Ponto Final

Ponto final.
Apaga-se a luz:
Trancada a porta,
Parte morta, a vida.
Ponto fatal:
Pronto!

Sem respostas

Como compreender?

Como contornar?

Como convencer?

Como?

Como compreender o infinito?

Como contornar o absoluto?

Como convencer o ignorante?

Como?

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Mesa do Poeta


No Meio do Caminho

Poeta,

fui pelo seu caminho!

Fui pelo caminho do Poeta.

Fui pelo caminho, poeta!

Fui poeta pelo caminho.

Fui caminho.

Poeta,

pelo seu caminho caminho,

caminhei e caminharei.

Pelo seu caminho

havia e há muita pedra.

Pelo seu caminho,

nenhuma cobertura de vidro.

Nenhuma campânula.

Nenhuma redoma.

Poeta,

pelo seu caminho

não dá para andar

contemplando as nuvens.

Existe muita pedra.

Poeta,

estou no meio do caminho.

Estou no meio do Caminho.

No meio do caminho...

Meio-caminho.

Caminho e

caminharei.

Poeta, continuarei

pelo nosso caminho.

O Primeiro Livro de Braga Barros


domingo, 21 de fevereiro de 2010

Antologia Poética II





Rosto

Sempre olho nos rostos.

Não procuro troca de olhares.

Não busco identificação.

Muito menos simpatia.

Ou, gratuita antipatia.

Não procuro nada.

Gosto de ver as expressões

( E nunca tenho certeza

se as impressões que tenho

- das expressões -

são corretas.)

Vejo rostos tristes,

olhares brilhantes,

fases cansadas,

cútis mimosas,

outras enrugadas,

olhares transparentes...

Nesta somatória espetacular

vejo rosto de Presidente,

de pretendente,

de debutante,

de marginal,

de artista.

Popular.

Só não vejo o rosto

que carrego comigo,

e, por isso não consigo

compreender

se meu rosto é

o que sou - para você.

Antologia Poética


Versos sem palavras

Deixar escapar
de minha mão a caneta
e um verso inacabado
esparramado pelo chão.

Sentir num abraço
coisas que as palavras não dizem.
Olhar no olhar
o significado do amor.

Parar no agora.
Você é meu verso
que vence o tempo
sem se fazer explicar.

O mar

Olhava o mar com tanta decisão no olhar

que refletia o brilho do sol no mar a brilhar.



Olhava o mar com tanta ternura no olhar

que refletia o brilho da lua no mar a brilhar.



Olhava o mar com tanta dor no olhar

que refletia o murmúrio das águas do mar a murmurar.



Olhava o mar com tanta doçura no olhar

que refletia o inverso das águas do mar a salgar.



Olhava o mar com tanta imensidão

que parecia o mar a olhá-lo e a refleti-lo

em seu olhar.

Tempo

Está faltando um minuto,
mesmo assim deu tempo
ao verso de nascer.
...
Não terei tempo
de fazê-lo crescer,
mas ele nasceu...

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Cocriação

Tecer as letras
nas sílabas.
As sílabas
nas frases.
Formar tiras
de pensamentos.
E redes de palavras.
Uma a uma
trabalhada,
completa,
com significado
e beleza.
Juntar os vazios,
os nadas.
E, do nada
criar redes.
Juntar
pensamentos.
Criar
um mundo novo,
mesmo com o avesso
cheio de nós.

Deleite

Um verso
que deleite...
Um verso
que dê leite!
Um verso
universal.
Um verso
individual.
Um verso
tridimensional:
intelectual,
espiritual,
estomacal.
Um verso que dê leite!
Um verso que deleite...

Curto

Um verso curto
o único verso
Um verso curto
e longo verso
Um verso curto
verso-submerso
Um verso curto
o maior verso
Um verso curto
e pleno verso
Um verso curto
o Universo.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Quem vê cara...


O jornalista encontra o Político!



O Poeta orienta o caminho do aprendiz...


O professor começa sua carreira...


Um modo de ver o mundo...


No princípio...


Todos cantam as suas terras também vou cantar a minha




Tarefas

Sou poeta, faço poemas.
Não sou engenheiro
Não sou médico
Não sou delegado
Não sou empresário
Não sou pedreiro
Não sou político,
Não sou padre
Não sou mecânico
Não sou operário
Não sou advogado
...
Sou poeta, faço versos.
Poesia sou eu quem faço.
E vocês, o que fazem
na busca de um mundo mais feliz?

Rimas

Conseguir,

seguir,

ir,

perseguir



são apenas rimas

quero ver o verso

ir,

seguir,

perseguir,

conseguir

não sendo apenas rimas.

Fazer

Faz tempo que não vejo

um gesto de amor.

Faz tempo que não vejo

um sorriso de satisfação.

Faz tempo que não vejo

uma retribuição afetiva.

Faz tempo que não vejo

uma varanda habitável.

Faz tempo que não vejo

um poema romântico.



Faço então, esse poema

romântico, com amor,

satisfação, afeto

e uma varanda habitável.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Alô!

Ouço o tilintar do telefone
atendo correndo:
- Foi engano...
Desligo
Sem esperança.

Sombra

Entre as nuvens pardas

o sol traça raios

entre o céu e a terra

projetando toda escuridão

que o homem traz consigo.

Menor

A criança corre...
Acriança brinca...
A criança vai...
A criança sorri...
A criança se diverte...
A criança brilha...
A criança corre... da polícia.
A criança brinca... com armas.
A criança vai... para o "serviço de proteção".
A criança sorri... do perigo.
A criança se diverte... com o crime.
A criança brilha... nas manchetes sensacionalistas.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O Beijo

Envolvê-la em um beijo,
deixar a música
voltar a tocar várias vezes
... interminável...
Um beijo
acima do aluguel,
acima da conta de luz,
acima do condomínio,
acima do salário.
No mínimo
um beijo adolescente,
um beijo fora do expediente,
um beijo de gente.

Seu corpo

Na inércia do seu

corpo sonolento

deito os mitológicos

deuses do amor,

do belo,

do prazer...

Na inércia do seu

corpo sonolento

deito as horas

do cansaço,

do trabalho

da pressa do dia-a-dia...

Na inércia do seu

corpo sonolento

deito meu corpo

sonolento e inerte.

Você

Verso

de

uma

pessoa



para

outra

pessoa



sem

verso.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Passado

No mundo tudo passa
Ameixa passa por passa
Passa passa por ameixa
O janeiro passa
Passa o dezembro
O ano inteiro passa
Passa a infância
A juventude passa
Passa até fome
Quem não come
Passa água sob a ponte
Por cima muita gente passa
Passa o trânsito
O trabalho também passa
Passa o metro
E com ele o aço passa
Passa a chuva
A enxurrada passa
Passa a cobrança
E outro dia você passa
Passa uma nuvem de fumaça
E com ela a saúde passa
Passa um funeral
E com ele a vida passa
Passa quase tudo
E o sorriso da gente passa
Sei ainda que não passa
Só o que já é passado
Só o que já é passado
O passado não passa...

VÍDEO TAPE

O pivete
Diverte
Vendo Tevê.
E inverte
O que vê.
Vive
O que vê
E inverte.
(E vê o que vive... !)
E inverte
Tudo que vê.
E diverte
Vendo a tevê.
E, a tevê,
Inerte,
Inverte
O pivete
Que diverte
Vendo tevê.

Nortista

Não sou nortista
Nem repentista
Mas de repente
Em minha mente
Um verso escorre
E me socorre
Sou do centro
Sou do leste
E sofro da mesma peste
A que mata pelo caminho
Antes de encontrar pão e vinho
De experiência
Nada de cabedal
O conteúdo apenas
De um dedal
O meu conforto
A roupa do corpo
O pé no chão
A cabeça ainda não
ainda não.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Penso

O pensamento
ultrapassa
os limites
do vocabulário.
Cria soluções
devaneios e
paz.
(E, essa chuva que não
passa está me atrasando
em todos os compromissos).

Aguardem

Como pode o poeta vivo viver?
Só vive o poeta morto.
O poeta morto pode andar por aí.
O poeta morto pode ser declamado.
O poeta morto pode ser publicado.
O poeta morto é até louvado,
e porque não, venerado!
O poeta morto torna-se imortal.
O poeta morto ganha praça.
O poeta morto tem jornal e até suplemento
para seus versos.
O poeta morto é que vive.
O poeta vivo
não possui espaço para viver.
O poeta vivo
está sendo morto. Aguardem!

Você e eu

Era azul
o céu, o rio,
transparência de outono.
Disseram: "Love is blue".
Não sei inglês.
Procurei no dicionário,
Descobri o descoberto:
O amor é azul,
Você e eu.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Verso para uma desconhecida

Você que nunca me viu
que não sabe quem sou
que não sabe de onde venho
que não sabe para onde vou...
Você que nunca me viu
Você desconhecida
Você tão calada
Será que é amada?
Será que já foi esquecida?
Será que é lembrada?
Será que é querida?
Você desconhecida,
ouça o verso desse passante.
Não é um verso de amante.
Não é uma declaração.
É apenas um verso
a uma desconhecida,
que nunca esteve em minha vida.

Há quem entenda?

Há quem entenda?

Quando era criança

rabisquei um papel.

Denominaram desenho.

Hoje, com todo empenho

manuseio o pincel!

E ouço: - Parece criança!!!

Rascunho

Busco o verso perdido.
O verso do rascunho.
É desse verso sofrido
Que a espada empunho.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Mesa do Poeta



A mesa do poeta
contém diversos
versos
A mesa do poeta
contém livros
jornais
revistas
A mesa do poeta
contém mapas
endereços
telefones
A mesa do poeta
contém fotografias
flores
A mesa do poeta
é uma confusão
A mesa do poeta
contém o mundo.